segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

IMAGENS E VÍDEOS FALSOS SOBRE BRUMADINHO ESPALHAM TRISTEZA E TERROR — E DESINFORMAÇÃO

Que fique claro de uma vez por todas: aquela foto que você viu nas redes sociais de uma menina gritando, solitária, no meio da lama não tem qualquer relação com o terrível desastre ocorrido em Brumadinho na última sexta-feira (25). 

O mesmo acontece com a chocante imagem de uma grávida, ainda jovem, dona de um barrigão, deitada de lado e totalmente coberta por lama que você recebeu no WhatsApp. Ela também não estava em Minas Gerais quando a barragem da Vale rompeu, levando terror à região metropolitana de Belo Horizonte. Estas imagens NÃO são da tragédia em Brumadinho Foto: ReproduçãoComo era previsível, junto com a onda de rejeitos que avança pelo Rio Paraopeba, veio o tsunami de notícias falsas. Um monte de informações, fotos e vídeos que alimenta a tristeza, trunca o debate e horroriza ainda mais uma nação. Haja checagem de fatos para dar conta disso também. 
Desde sexta-feira, os fact-checkers profissionais já localizaram dezenas de imagens com legendas truncadas e de vídeos requentados que buscam angariar cliques ao fazer uma falsa associação com o triste episódio de Minas Gerais. 
As mentes perversas — aquelas que criam essas postagens e se alimentam de não sei o quê num momento tão comovente como este — foram longe no tempo e no espaço para irrigar as redes de vídeos enganosos. E o fizeram em pouquíssimas horas. Na manhã de sábado, ganhou força no Facebook uma gravação que supostamente mostrava "o momento exato" em que a barragem de Brumadinho tinha ruído. Falso 

A gravação exibia o desmoronamento de parte das obras de uma usina hidrelétrica em Sinop (MT), ocorrido em outubro de 2015. Ou seja, nenhuma relação com MG. Mas, naquele momento, ninguém parou para verificar a informação. A maioria dos comentários que acompanham a postagem segue a linha do "Meu Senhor, tende piedade" daqueles que ali estavam, mostrando a crença total dos usuários de redes sociais naquele conteúdo maldosamente compartilhado. 




Vídeo não é de Brumadinho. É de 2015, em Sinop Foto: Reprodução
Vídeo não é de Brumadinho. É de 2015, em Sinop Foto: Reprodução






Onda de lama

Outro vídeo que foi bastante compartilhado mostra uma onda de lama arrastando tudo em seu caminho. No entanto, o vídeo é do rompimento de uma barragem de hidrelétrica no Rio Nam Ao Dam, no Laos, país do Sudeste Asiático.

Fotos de hidrelétricas em Mato Grosso e até no Laos são utilizadas como se fossem do desastre em Minas Gerais

Homem abraçando bombeiro

Entre as fotos mais compartilhadas nos últimos dias, está a de um homem abraçando um bombeiro. Usuários nas redes sociais utilizaram a cena como uma representação do que aconteceu em Brumadinho.
A imagem foi de fato postada pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais em seu Instagram, mas no dia 23 de janeiro, quarta-feira, dois dias antes do desastre. A foto é do resgate de um homem que caiu em uma cisterna em Patos de Minas (MG), em 2011. A deputada federal reeleita Jandira Feghali (PCdoB) foi uma das pessoas que compartilharam a foto como se fosse de Brumadinho.
 Imagem compartilhada nas redes sociais mostra suposta foto de resgate em Brumadinho (Reprodução/Instagram)
Imagem compartilhada nas redes sociais mostra suposta foto de resgate NÂO é em Brumadinho (Reprodução/Instagram) (Instagram/Reprodução)

Bandeira do Brasil na lama

Outra imagem muito usada foi a de uma bandeira do Brasil em meio à lama, vista como simbólica por usuários nas redes sociais. A foto na verdade remete à crise hídrica em São Paulo. O site BOL fez uma galeria de fotos sobre o assunto na época.
A atriz Juliana Paes chegou a postar no Twitter a imagem como se fosse de Brumadinho.





É em tempos como este que a lógica da verificação se revela ainda mais vital. Sejamos mais humanos. Não espalhe ainda mais dor. Não compartilhe tristezas indevidas. Redobre sua atenção nas redes. redobremos nossa atenção em momentos de crise como o que estamos vivendo por causa do desastre de Brumadinho. Há ferramentas gratuitas e disponíveis na internet que podem ajudar qualquer um a se certificar sobre a veracidade de uma foto. Não passe adiante nenhum registro supostamente atrelado ao horror vivido em Minas Gerais sem testá-lo no Google Images, por exemplo. Busque saber se atrás daquele registro já há uma história. Não há mal algum em pôr fim a cadeias de fake news ou fake fotos.
*Este artigo foi publicado no site da revista Época em 28 de janeiro de 2019.
Via:Època
Adilene de Brito Martins dona e administradora da page no facebook
Blog da Adilene




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